O Êxodo
A arqueologia tem sido a maior
amiga dos historiadores e estudiosos bíblicos na procura de
locais e objetos que possam evidenciar o trajeto dos hebreus. Já
são muitas as evidências encontradas no Egito e na Arábia
Saudita.
No último século arqueólogos
redescobriram evidências sobre a escravidão dos hebreus, as
pragas e a fuga do Egito. A pintura abaixo é uma entre outras
encontradas nas paredes da tumba de um comandante chamado
Khnumhotep II (século XIX A.C.) onde estão registradas a
entrada de um grupo de cerca de 37 palestinos (de barbas)
trazendo suas mulheres, crianças, arcos, flechas, lanças,
harpas, jumentos e cabras caracterizando que não se tratava de
uma invasão, por causa da submissão aos egípcios (mulatos).
A figura n° 115 (imagem abaixo)
da publicação The Ancient Near East in Pictures (Pritchard)
mostra inscrições no Egito sobre o trabalho escravo (século XV
A.C.) na fabricação de tijolos e na construção (Êxodo 1.11-14).
Alguns textos egípcios mencionam cotas de tijolo e uma falta de
palha, como em Êxodo 5.6-19.
Há sinais das pragas nas ruínas
da antiga cidade de Avaris e no chamado "papiro de Ipuwer"
encontrado no Egito no início do último século, levado para o Museu Arqueológico Nacional em Leiden na Holanda sendo decifrado por A.H. Gardiner em
1909. O papiro completo está no Livro das Advertências de
um egípcio chamado Ipuwer. Este descreve motins violentos no
Egito, fome, seca, fuga de escravos com as riquezas dos egípcios
e morte ao longo da sua terra. Pela descrição ele foi
testemunha de pragas como as do Êxodo. A tabela abaixo compara
os relatos de Ipuwer e Moisés:
Papiro de Ipuwer
|
Êxodo de Moisés
|
2.5-6 A praga está por toda região.
Sangue em toda parte.2.3 Certamente, o Nilo inunda mas
não querem arar para ele.
2.7 Certamente, foram enterrados muitos mortos no rio;
a corrente está como uma tumba.
2.10 Certamente, o rio está ensangüentado, e quando
se vai beber dele, passam longe as pessoas e desejando água.
3.10-13 Essa é a nossa água! Essa é a nossa
felicidade! O que faremos a respeito? Tudo são ruínas. |
7.20 …e todas as águas do rio se tornaram em sangue. 7.21 ...os peixes que estavam no rio
morreram,
e o rio cheirou mal, e os egípcios não podiam beber da
água do rio; e houve sangue por toda a terra do Egito.
7.24 ...os egípcios cavaram poços junto ao rio, para
beberem água; porquanto não podiam beber da água do
rio. |
5.6 Certamente, as palavras mágicas foram
descobertas (nas câmaras sagradas), os encantos e os
encantamentos eram ineficazes porque são repetidos
pelas pessoas. |
8.18-19 Também os magos fizeram assim com os seus
encantamentos para produzirem piolhos, mas não puderam... |
2.10 Certamente, portões, colunas e paredes são
consumidos pelo fogo.10.3-6 A casa real inteira está
sem os seus servos. Ela tinha a cevada e o trigo, os pássaros
e os peixes; tiveram roupas brancas e linho bom, cobre e
azeites;
1.4 ...os habitantes dos pântanos possuem proteções;
6.1-3 A pessoa se alimenta da erva arrastada pela água...
Para as aves não se encontra grão nem erva... a cevada
pereceu em todas as estradas.
5.13 Certamente o que podia ser visto ontem, desapareceu. A terra está abandonada por causa da
esterilidade e igualmente o corte de linho. |
9.23-24 ...e fogo desceu à terra ... havia saraiva e
fogo misturado...9.25-26 ...a saraiva feriu, em toda a
terra do Egito, tudo quanto havia no campo, tanto homens
como animais; feriu também toda erva do campo, e quebrou
todas as árvores do campo. Somente na terra de Gosen [pântanos
do Delta do Nilo] onde se achavam os filhos de Israel, não houve saraiva.
9.31-32 ...o linho e a cevada foram danificados,
porque a cevada já estava na espiga, e o linho em flor;
mas não foram danificados o trigo e o centeio, porque não
estavam crescidos.
10.15 ...nada verde ficou, nem de árvore nem de erva
do campo, por toda a terra do Egito. |
5.5 Certamente, todos os rebanhos de cabras têm os
corações chorando; os gados reclamam por causa do
estado da terra.... 9.2-3 ... e da mesma maneira os
rebanhos vagaram sem pastores ... os rebanhos vão
desnorteados e nenhum homem pôde reuni-los. Cada um
tenta trazer os que foram marcados com o seu nome. |
9.3 ...eis que a mão do Senhor será sobre teu gado,
que está no campo. sobre os cavalos, sobre os jumentos,
sobre os camelos, sobre os bois e sobre as ovelhas; haverá
uma pestilência muito grave.9.19 ...manda recolher o
teu gado e tudo o que tens no campo; porque sobre todo
homem e animal que se acharem no campo, e não se
recolherem à casa, cairá a saraiva, e morrerão.
9.21 ...mas aquele que não se importava com a palavra
do Senhor, deixou os seus servos e o seu gado no campo. |
9.11 ... não amanheceu... |
10.22 ... e houve trevas espessas em toda a terra do
Egito por três dias. |
4.3 (5.6) Certamente, os filhos dos grandes são lançados
contra a parede.6.12 Certamente, as crianças dos
grandes foram abandonadas nas ruas;
2.13 Certamente, as pessoas reduziram e quem põe
seu irmão na terra encontra-se em todo lugar.
3.14 É um gemido que há pela terra, misturado com
lamentações. |
12.29 ...feriu todos os primogênitos na terra do
Egito, desde o primogênito de Faraó, que se assentava
em seu trono, até o primogênito do cativo que estava no
cárcere, e todos os primogênitos dos animais.12.30
...e fez-se grande clamor no Egito, porque não havia
casa em que não houvesse um morto. |
7.1 Veja, certamente o fogo ascendeu às alturas e o
seu queimar sai contra os inimigos da terra. |
13.21 ... e de noite numa coluna de fogo para os
alumiar, a fim de que caminhassem de dia e de noite. |
3.2 Certamente, ouro, lápis azul, prata, turqueza,
cornalina e bronze... é colocado no pescoço das escravas... |
12.35-36 ...e pediram aos egípcios jóias de prata,
e jóias de ouro, e vestidos.....de modo que estes lhe
davam o que pedia; e despojaram aos egípcios. |
7.2 Veja, quem havia sido enterrado como um falcão
está em um caixão de madeira; aquilo oculto na pirâmide
estava vazio. |
Assim morreu José, tendo cento e dez anos de idade;
e o embalsamaram e o puseram num caixão no Egito. (Gênesis
50.26)13.19 Moisés levou consigo os ossos de José... |
Outra evidência da passagem dos
hebreus pelo Egito foi a descoberta do Vale das Inscrições (Wadi
Mukattab) na Península do Sinai.
Uma das inscrições feitas por
hebreus descreve com detalhes a fuga pelo Mar Vermelho. As inscrições
foram feitas em hebraico antigo em pedras e arqueólogos e
pesquisadores ainda não sabem dizer quem são seus autores. Há
também hieróglifos egípcios a respeito das minas de turquesa da
região de Serabit El Khadim, inscrições de mineiros Canaãnitas
e Nabateanos, em grego, latim e árabe ao longo do vale.
O explorador Charles Forster
publicou estes achados em seu livro "Sinai Photographed"
em 1862. Ele concluiu que estas inscrições eram uma combinação
de alfabetos hebreus e egípcios que descrevem o Êxodo. A foto
abaixo foi tirada em 1857 por Francis Frith.
A mais recente descoberta sobre
a passagem dos hebreus no Egito foi apresentada em 2003 quando 2
arqueólogos israelitas concluíram estudos dos anos 30 na parte
ocidental do Nilo onde a Universidade do Instituto Oriental de
Chicago estava fazendo escavações em Medinet Habu, área do sul
da necrópole de Tebas. Arqueólogos descobriram evidências de
algumas cabanas semelhantes às casas de 4 quartos predominantes
na Palestina durante toda a Idade do Ferro (1200-586 A.C.).
Historiadores antigos e famosos
também relataram a passagem dos hebreus no Egito:
Flavio Josefo, historiador judeu
do 1° século D.C., em sua obra Josefo Contra Apion - I, 26, 27,
32 menciona dois sacerdotes egípcios: Maneto e Queremon que em
suas histórias sobre o Egito nomearam José e Moisés como líderes
dos hebreus. Também confirmaram que migraram para a "Síria
sulista", nome egípcio da Palestina.
Diodoro Siculo, historiador
grego da Sicília (aproximadamente 80 a 15A.C.) escreveu que
"antigamente ocorreu uma grande pestilência no Egito, e
muitos designaram a causa disto a Deus que estava ofendido com
eles porque havia muitos estranhos na terra, por quem foram
empregados rito estrangeiros e cerimônias de adoração ao seu
Deus. Os egípcios concluíram então, que a menos que todos os
estranhos se retirassem do país, nunca se livrariam das misérias".
Herodoto, historiador grego intitulado o Pai da História, escreveu o livro "Polymnia".
Na seção c.89 escreve: "Essas pessoas (hebreus), por conta
própria, habitaram as costas do Mar Vermelho, mas migraram para
as partes marítimas da Síria, tudo que é distrito, até onde o
Egito, é denominado Palestina". São localizadas as costas
do Mar Vermelho, em parte, hoje o Egito, enquanto são
localizadas as partes marítimas da Síria antiga, em parte, o
atual Estado de Israel.
A Rota
O caminho para a terra dos
filisteus (faixa de Gaza) era o mais curto mas para não haver
confrontos a ordem foi seguir pelo caminho do deserto próximo do
Mar Vermelho (Êxodo 13.17). Mesmo assim, até hoje a verdadeira
rota do Êxodo é discutida e as 3 principais teorias são:
Teoria Tradicional - Normalmente aceita por católicos, judeus e evangélicos. Com
algumas variações com relação ao lugar exato da travessia do
Mar Vermelho, defende que os hebreus teriam contornado a península
do Sinai, sem sair do Egito.
Localizado no Egito por indicação
do Imperador Justiniano, o tradicional Monte Sinai vem sendo
usado como ponto turístico. As Bíblias atuais mostram mapas
indicando lugares por onde poderia ter passado o povo Hebreu mas
sem nenhuma comprovação ou evidência arqueológica. A sua
localização é longe de Midiã, região noroeste da Arábia
Saudita.
Teoria de Ronald Eldon Wyatt
- Já aceita por muitos atualmente pela sua quantidade de evidências.
Acredita que até o Mar Vermelho os hebreus caminharam pelo
tradicional "Caminho dos Reis" atravessando o Golfo de
Ácaba.
Anestesista, arqueólogo amador
americano e adventista. Foi o pesquisador mais contestado,
criticado e até perseguido principalmente por não ser formado
em arqueologia. Contudo, o único que realmente conseguiu reunir
o maior número de evidências. Em 1984 fotografou (cerca de 400
fotos) e filmou (12 horas de gravação) a região árabe mas foi
preso por 78 dias tendo o material apreendido pelas autoridades
locais (suspeitavam ser um espião judeu) pois não queriam que
suas descobertas fossem divulgadas. Após 8 anos de oração
conseguiu reaver todo o material enviado pelos próprios árabes!
Naquele momento estava hospedado num hotel na praia de Nuweiba,
Egito. Morreu em Agosto de 1999.
Teoria de Emanuel Anaty - A mais recente, a mais rejeitada e a menos conhecida. Acredita
que os hebreus teriam seguido o caminho para a Palestina.
Arqueólogo italiano que
descobriu no deserto do Neguebe o Monte Carcom, que em hebraico
significa "Monte de Deus". Sua localização é longe
de Midiã. Pode ter sido um dos acampamentos hebraicos durante os
40 anos de peregrinação mas sem provas suficientes para afirmar.
Situa-se entre Edom e o Egito, caminho para o Delta do Nilo
utilizado por muitos quando havia fome na atual região
Jordaniana.
A Travessia do Mar
Vermelho
Durante muito tempo dizia-se que a travessia teria sido num lago
ao norte do Mar Vermelho chamado de Mar de Juncos ou Lagos
Amargos onde hoje foi aberto o Canal de Suez. Mas acredita-se que
se dava este nome ao Golfo de Ácaba, um dos braços do Mar
Vermelho.
Em 1988 o explorador americano Bob Cornuke defendeu a teoria de
que a travessia teria sido no Estreito de Tiran, na entrada do
Golfo de Ácaba, onde existe uma "ponte de terra"
("landbridge" em inglês) no nível do mar entre o
Egito e a Arábia Saudita. Para ele a maré baixou e mais tarde
subiu afogando os egípcios, ou seja, um evento natural. Porém,
não foram encontradas evidências para comprovar sua teoria e o
local é relativamente raso não sendo suficiente para afogar um
exército de mais de 600 homens! A foto abaixo mostra o local.
Moisés foi claro em relatar o que viu: um vento oriental
penetrou no mar formando "muros de água". É bem
diferente de uma "ponte de terra"! Um evento
sobrenatural provado pela arqueologia!
O local onde se obteve mais indícios
da travessia foi a praia de Nuweiba no Golfo de Ácaba, no Egito.
É a única praia no Mar Vermelho com área suficientemente
grande para suportar a quantidade de hebreus acampados (mais de 2
milhões além dos animais e objetos).
Até este ponto calcula-se que o povo hebreu teria caminhado mais
de 300km durante 6 dias praticamente sem parar! Havia alimentos
para apenas 7 dias (Êxodo 13.6-8).
A imagem abaixo mostra uma vista aérea da praia onde está a
pequena cidade de Nuweiba, onde o aluguel de equipamentos de
mergulho para passeios submarinos é uma das principais
atividades turísticas.
Foto de satélite ampliada da
região. Os caminhos brancos são estradas entre os montes. Os
hebreus e os egípcios vieram do norte (Êxodo 14.2).
Outra evidência é a planície
do fundo do mar nesta área. As imagens abaixo foram montadas por
mapeamento topográfico, e mostram que o mar é profundo ao sul (1700
m) e ao norte (900 m) da praia formando uma espécie de ponte
submersa (cerca de 110 m de profundidade)! No fundo foram
encontradas rochas agrupadas em linha reta na beira desta planície
fazendo-a parecer uma estrada.
A distância entre a costa egípcia
e a árabe é de cerca de 18 Km e calcula-se que a largura do
caminho feito pelo afastamento das águas tenha aproximadamente
900 metros. Levando-se em consideração o forte vento nas
laterais e que uma pessoa a passos largos (sem correr) leve 3 horas e meia
para percorrer essa distância, estima-se que a travessia de
quase 3 milhões de pessoas e de muitos animais (Êxodo 12.38) possa ter levado umas 6 horas.
Nesta foto de satélite os dados sobrepostos das medidas
de profundidades são relacionadas entre si (os valores são razões). As linhas paralelas traçam a estrada
submarina por onde as águas secaram.
Neste mapa a distância está em
metros. A parte mais profunda da travessia assinalada é de 109m.
Notar que ao norte tem 948 metros e ao sul 1720 metros, formando
assim uma "ponte submersa".
A foto abaixo mostra a vista, ao
nível do mar, para a praia de Nuweiba ao entardecer. A travessia foi feita durante a noite e ao
amanhecer (Êxodo 14.20;24) os hebreus teriam visto imagem semelhante a esta logo após o
afogamento dos egípcios.
Possivelmente teria sido aqui ou
um pouco mais para o lado esquerdo, a festa dos hebreus (Êxodo
15.1-21) pois foi neste local onde foi encontrada uma coluna
comemorativa erguida por Salomão. Ao fundo está a praia onde
estavam acampados antes da travessia.
Esta outra mostra o local onde
Faraó teria avistado o acampamento dos hebreus na praia antes da
travessia (Êxodo 14.9-10). É o único caminho para a praia.
Foram encontradas duas colunas em estilo fenício sendo uma na
praia do lado egípcio (Nuweiba) e outra do lado árabe. A
primeira encontrada foi no lado egípcio em 1978 onde havia uma
inscrição em hebraico destruída pela erosão (a parte inferior
estava no mar) praticamente ilegível. A segunda, em 1984, no
lado árabe é idêntica, tem a mesma inscrição em hebraico e
tem legível as palavras: Egito; Salomão; Edom; morte; faraó;
Moisés; e Jeová significando que foi erguida por Salomão, em
honra a Jeová, e dedicada ao milagre da travessia do Mar
Vermelho por Moisés e a destruição do exército egípcio.
Semanas depois a coluna foi retirada e colocado um marcador-bandeira
em seu lugar. Os árabes não apreciam estrangeiros pesquisando
em sua terra, principalmente judeus e americanos.
Durante o reinado de Salomão, Israel foi uma potência no
Oriente Médio onde obteve o controle marítimo da região (1
Reis 9.26 e II Crônicas 8.17). Há uma referência em Isaías 19.19
que acredita-se ser a coluna do lado egípcio.
A coluna do Egito.
A coluna da Arábia antes...
... e o marcador depois!
O local da praia onde se iniciou
a travessia: A base da coluna estava sob a água e foi removida
por soldados israelenses para atrás da estrada principal que beira a praia.
Israel ocupou a região da península do Sinai entre 1967 e 1982.
O vento com força sobrenatural veio do lado árabe (das
montanhas ao fundo) na direção do povo mas se dividiu em duas
correntes de ar separando as águas sob a forma de muros que,
afastados criaram um caminho sem água (Êxodo 14.22). Dependendo
da altura da maré no dia, esses muros de água chegavam a cerca
de 100m na parte mais profunda, no meio da travessia. Quando o
vento parou, a pressão do retorno das águas foi suficiente para
matar e afogar os egípcios! Os capitães nos carros e os
cavaleiros de Faraó se afogaram (Êxodo 15.4). Notar no mar a
pouca profundidade no início da travessia pela sua tonalidade
mais clara e a parte mais escura onde é mais profundo.
Periódicamente pesquisadores
mergulham no local da travessia buscando materiais como ossos,
cascos, rodas, restos dos carros egípcios entre outros objetos.
É normal o mergulho de turistas em busca das belas paisagens
submarinas e alguns até encontram esses materiais.
Abaixo estão alguns dos achados no fundo do mar em profundidades
de até 60m a partir de 1978 por Wyatt:
Fêmur humano.
Agrupamento de costelas humanas
Alinhamento das rochas localizado na lateral da travessia. Naquele dia, o afastamento das águas criou um
caminho limpo de obstáculos que parcialmente existe até hoje. Neste local, as formações de corais são bem
diferentes das outras áreas do golfo
Rodas com eixos incrustados de corais.
Foram encontradas rodas de 4, 6 e 8 raios. As rodas de 8 raios só
foram fabricadas na 18a dinastia dos faraós. O rei do
Egito usou toda a sua frota de carros (Êxodo 14.6-7) com todos
os tipos de rodas existentes. Estas foram encontradas próximas da costa árabe.
Duas rodas com eixo.
As rodas folheadas com metal (ouro
com prata) cuja madeira se decompôs com o tempo, provavelmente
eram dos carros dos oficiais, praticamente não foram cobertas
pelos corais. Uma relíquia arqueológica!
Reconstituição retirando os corais de uma roda de 8 raios. Nota-se
a ausência de um deles.
Roda de 6 raios com eixo. Um detector de metais submarino acusou presença de
ferro nesta formação próxima da costa egípcia.
Os Hicsos, povo semita que conquistou e dominou parte do Egito
durante cerca de um século, introduziram os carros de guerra no
país. Foram expulsos pelo faraó Amósis (1540-1515 AC) alguns séculos
antes do Êxodo. Esta mudança levou os hebreus à escravidão.
Foto de um carro egípcio da época. Era da 18a
dinastia dos faraós e é notável a semelhança com as rodas
encontradas no mar.
Em 1997 uma equipe de pesquisadores filmou o fundo do mar comprovando a
descoberta de Wyatt. As imagens foram exibidas num programa de TV (1° video e 2° video).
Passagem por Mara, Elim e
Refidim
Depois de 3 dias chegaram a um local chamado Mara onde as águas
eram amargas (Êxodo 15.23). Em 1988 o explorador Bob Cornuke e
seu amigo Larry Williams encontraram uma fonte de águas amargas
próximo ao Mar Vermelho, no lado da Arábia Saudita. As fotos abaixo mostram o local.
O oásis de Elim onde haviam 12 fontes e 70 palmeiras (Êxodo 15.27).
Nos montes deste local arqueólogos Sauditas escavaram cavernas
como a da foto abaixo. Informaram ao explorador Bob Cornuke que
encontraram escrituras sobre a passagem de Moisés pelo local bem
como as tumbas de Jetro e Zípora. Porém esta informação não
foi confirmada.
A rocha em Horebe (Massá e
Meribá), em Refidim, e uma vista da fenda por onde saía a água
(Êxodo 17.6). Nota-se a erosão e o alisamento provocados pela
nascente. Sua localização é próxima ao Monte Sinai (Êxodo 3.1),
a menos de 24h a pé (Êxodo 19.1-2).
Ficaram alguns dias em Refidim. Foi aqui que Zípora, mulher de
Moisés e seus 2 filhos (Gérson e Eliézer nascidos em Midiã)
voltaram para casa contando a seu pai Jetro, como foi a fuga do
povo. Em seguida, com seu pai e seus filhos, retornou para Moisés
(Êxodo 18.1-4).
Também neste local ocorreu a guerra contra os amalequitas (Êxodo
17.8-13).
Na foto, o altar de Moisés "Jeová-Níssi" (O Senhor
é Minha Bandeira) localizado cerca de 200m da rocha (Êxodo 17.15).
O Monte Sinai
A nomeação do tradicional Monte Sinai no Egito surgiu quando o
Imperador Justiniano edificou o Monastério de Santa Catarina no
ano de 527, dois séculos depois de Helena, mãe do Imperador
Constantino, ter construído uma pequena igreja no mesmo vale, na
península do Sinai, embora não tenha indícios arqueológicos
nem relatos bíblicos do local. Mas em Êxodo 3.12 deixa claro
que o monte verdadeiro fica fora do Egito e que Moisés esteve lá
pastoreando quando vivia com seu sogro em Midiã.
A foto abaixo mostra o tradicional Monte Sinai que é visitado
durante séculos por turistas e religiosos. O vale é pequeno e não
tem espaço para acomodar mais de 2 milhões de hebreus (600 mil
eram de homens que foram a pé) com seus animais e objetos.
O mapa abaixo mostra a sua posição
geográfica e o trajeto (em vermelho) defendido por pesquisadores
durante anos, mesmo sem achados que o comprovem. Mapas
semelhantes estão nas Bíblias atuais.
A foto de satélite e o mapa
mostram o trajeto defendido e em grande parte comprovado por
Ronald Wyatt. O local chamado Etham (ou Etã) é próximo da
cidade hoje conhecida como El Thamad.
O mapa abaixo mostra o trajeto pós-travessia.
Notar que os hebreus voltaram a acampar em outro local do Mar
Vermelho (Golfo de Ácaba) após terem saído de Elim (Números
33.10).
Em Êxodo 3.12 confirma que o Monte Sinai localiza-se fora do
Egito e que Moisés esteve no local quando apascentava as ovelhas
de Jetro, seu sogro e sacerdote de Midiã, região noroeste da Arábia
(Êxodo 3.1). Portanto o Monte Sinai não poderia ser tão
distante do local onde Moisés vivia, como vem sendo informado
durante séculos.
Depois de realizadas buscas nas
áreas da rota do Êxodo a partir de 1761, foi então encontrado
na Arábia Saudita o que se chama hoje de o verdadeiro Monte
Sinai. Neste lugar bastante amplo existem evidências mostradas
nos livros de Moisés como pode-se ver nas fotos abaixo tiradas
em 1984. Em Gálatas 4.25 confirma que o Monte Sinai fica na Arábia!
Em árabe a região montanhosa se chama "Jebel El Lawz"
e os árabes beduínos da região a chamam de "Jebel Musa"
(Montanha de Moisés).
O local é até hoje conhecido
como Horebe (Wadi Hurab)! Na verdade uma cadeia de montes que
formam um "C" semelhante a um anfiteatro conforme
mostra o mapa abaixo.
Mapa da região - Horebe em cor de laranja.
O pico do monte está "queimado"
(carbonizado) conforme descrito em Êxodo 19.18-20, 24.17 e
Deuteronômio 4.11. Exploradores quebraram algumas rochas e
comprovaram que são de granito e escuras apenas por fora! É o
local mais alto da região (mais de 60 metros de altura). Fica ao
centro e na parte traseira da montanha.
Vista do pico para Refidim.
A rocha com a fenda está localizada no monte menor no centro da
foto.
A foto de satélite abaixo
mostra a diferença geográfica entre o tradicional Monte Sinai
em AZUL (na península do Sinai), e o encontrado com evidências
em AMARELO (na Arábia Saudita). Em VERDE a praia onde acamparam
os hebreus e a travessia do Mar Vermelho (no Golfo de Ácaba).
Outra foto de satélite com mais
detalhes.
A Primeira Terra Santa dos
Hebreus (Êxodo 3.5)
Outras evidências encontradas
no local onde os hebreus teriam permanecido por cerca de 2 anos
recebendo as leis e os estatutos. A foto mostra a vista para a área
sagrada e para o arraial.
A: Casa da Guarda Árabe.
Ao tomarem conhecimento das descobertas os árabes reconheceram a
importância do local, declarando-o um sítio arqueológico.
B: Altar do Bezerro de
Ouro (Êxodo 32.5,19). Situado ao pé de um monte pertencente a
Horebe em frente ao Sinai a cerca de 1500 metros deste.
C: As doze colunas (Êxodo
24.4).
D: Altar de terra ao pé
do monte (Êxodo 20.24 e 24.4).
E: Barreira de poços
feita por Moisés para delimitar a área sagrada (Êxodo 19.23).
O arraial dos hebreus situava-se atrás, da esquerda para a
direita cobrindo toda a área entre os montes.
É evidente o contorno (em azul)
da marca deixada pelo ribeiro que descia do monte até o arraial
(Deuteronômio 9.21).
A água descia e acumulava nos
poços dando condições ao povo de viver no local. Foram
encontrados diversos vestígios desses poços conforme a foto
abaixo (ver "well").
Platô de onde foi tirada a foto
da área sagrada e do arraial em 1984.
No monte em frente ao pico
existem pedras em forma de tábuas (Êxodo 24.12). Notar que há
uma árvore crescendo entre as pedras. Logo abaixo destas existe
uma caverna (parte escura um pouco abaixo do centro da imagem).
Acredita-se ser a mesma na qual Elias se refugiou quando temeu a
Jezabel (1 Reis 19.8-9), esposa do rei israelense Acabe.
Vista de dentro da caverna.
Talvez tenha sido usada por Moisés.
Mapa arqueológico do local.
As partes restantes das doze colunas e do altar (Êxodo 24.4). Os
árabes o desmontaram levando parte das pedras para uma mesquita
na cidade de Hagl assim que as autoridades tomaram conhecimento
das descobertas de Ronald Wyatt. Moisés é reconhecido pelos árabes
como profeta.
O altar do bezerro de ouro feito
por Arão (Êxodo 32.5) que foi reconhecido pelas autoridades árabes
como um tesouro arqueológico, sendo vigiado por guardas.
Muitos desenhos (petróglífos)
de vacas e touros no estilo egípcio foram encontrados no altar.
Os árabes ficaram admirados com a descoberta pelo fato deste
estilo não ter sido achado em qualquer outro lugar na Arábia
Saudita. Aqui estão alguns deles:
Todo esse tesouro arqueológico
foi encontrado conservado e praticamente intacto devido ao fato
da região ser no meio do deserto, longe de oásis como o de
Elim, ainda existente.
Al Bad - Moradia de Jetro?
Um antigo mapa encontrado na Arábia
mostra que a cidade de Al Bad teria sido o local onde o sogro de
Moisés morava provando que o sacerdote de Midiã era conhecido e
respeitado.
Está localizada a sudoeste do Monte Sinai e no mapa maior está
assinalada pela seta inferior.
A foto abaixo mostra a região
onde Moisés viveu 40 anos com sua nova família depois de fugir
do Egito.
Outro Monte Sinai?
Recentemente foi sugerido um
"terceiro Monte Sinai" no deserto do Neguebe na
fronteira entre Israel e o Egito, chamado de Monte Carcom que em
hebraico significa "Monte de Deus" e fica entre o Golfo
de Ácabe e o Mediterrâneo. Foram encontrados acampamentos
circulares feitos com pedras, um desenho com 10 retângulos em
uma pedra (foto abaixo) e 12 pedras posicionadas lado a lado em
forma de colunas.
Mas em Êxodo 13.17-18 relata
que os hebreus foram para o oriente pelo caminho do sul, próximo
ao Mar Vermelho, basicamente a mesma direção que tomou Moisés
quando fugiu do Egito. A diferença é que desta vez Deus mandou
Moisés voltar e ir até a praia.
O monte Carcom pode ter sido lugar de um dos acampamentos de Moisés
como nos dos montes Sefer e Hor (Números 33.23 e 37), por
exemplo. Todos esses montes podem ter outros nomes nos dias de
hoje. Além disso o que contraria as descobertas é a datação
feita do local: 2200 AC, ou seja, cerca de quase mil anos antes
do êxodo, antes até mesmo de Abraão! Não há evidências
suficientes para afirmar que o povo hebreu tenha acampado naquele
local.
Imagens de Satélite da Região
Conclusão
De todos os achados e
descobertas estas são incontestáveis: As colunas comemorativas
no local da travessia, os restos dos carros dos egípcios a mais
de 30m de profundidade e o pico do monte carbonizado.
Reportagens do jornal Discovery Times sobre os achados arqueológicos
fonte:http://arqbib.atspace.com/