Eli Stanley Jones (1884-1973) nasceu em Baltimore, Maryland,
em 3 de janeiro de 1884 e faleceu aos 89 anos, em 25 de janeiro de 1973, na
Índia. Aos 23 anos foi como missionário metodista para a Índia onde esteve por
mais de 50 anos. Foi ainda missionário na China. Amigo de Mahatma Gandhi,
Stanley Jones procurava disseminar o
entendimento e a paz entre as nações. Em 1941 foi um confidente constante do
presidente americano Franklin D. Roosevelt e dos líderes japoneses que tentavam
evitar a guerra. Na África era chamado de O Reconciliador, e chegou a ser indicado algumas vezes para
ganhar o Prêmio Nobel da Paz por seu
trabalho de reconciliação na Ásia, na África, e entre o Japão e os E.U.A.
Stanley Jones marcou a história de missões com seu método
que destacava o valor do grupo, e com os muitos livros que escreveu sobre a
intimidade com Deus, o poder e a vitória que Ele nos dá, mesmo nas situações
mais adversas. “Somos servos exclusivamente do Senhor e, assim como Paulo, em
Filipenses 2.1-11, devemos, com humildade, colocar o outro na frente, edificar
o outro e amar o outro, a ponto de servi-lo com o sacrifício de si mesmo”.
Pelo menos, duas vezes, Stanley Jones esteve no Brasil, em
Campinas na década de 20, e na década de sessenta, no Rio de Janeiro e em São
Paulo, em um Ministerial da Igreja Metodista.
Stanley Jones pregou
mais de 60 mil sermões, e escreveu 28 livros, os mais conhecidos no Brasil foram: “Jesus Cristo é Senhor”, “Cristo e o
sofrimento humano”, “O Caminho”, “A Conversão”, “O Cristo de todos os
caminhos”, “Quando a tristeza chega”. Conhecido como o Cavaleiro do Reino de
Deus, ele também foi chamado de Apóstolo de Cristo às Índias.
Na noite de 7 de dezembro de 1971, com a idade de 88, Dr.
Stanley Jones sofreu um derrame que imobilizou seu braço e perna esquerdos, bem
como o lado direito de seu rosto. Sua visão também foi afetada. A voz quase
silenciou, reduziu-se a sons indistintos. Ele foi gravemente prejudicado em seu
discurso, mas ditou para um gravador seu último livro “A resposta Divina – o
Divino Sim”. “Creio que Deus está me dizendo: Estou lhe devolvendo a sua vida
para um período de demonstração, bem no final, de modo que um observador atento
possa ver se há algo nela.” Dizendo sim à vida, ele reaprendeu a andar e a
falar, para a surpresa dos médicos. Ele chegou até mesmo a pregar com o zelo
característico de todo o seu ministério. Mesmo tendo tido seus movimentos,
visão, voz e audição muito prejudicados, ele ainda voltou à Índia e pregou
ainda mais de 50 vezes antes de sua morte.
Podemos constatar por alguns extratos de seu diário nos
últimos 12 meses de vida, a extraordinária atitude cristã deste homem de Deus:
Dezembro de 1971
“Surpreendente foi o fato de que, juntamente com este
derrame, veio, sem qualquer dúvida, a atitude que eu deveria assumir. Eu não
enfrentaria isto de uma maneira qualquer, mas triunfante e vitoriosamente!
Janeiro de 1972
“Tenho recebido milhares de cartas desde o meu derrame. Uma
delas veio de um cristão muito devoto, e dizia: ‘Prezado amigo, fiquei
imensamente desapontado e desanimado ao saber que um filho de Deus como você,
que deu toda a sua vida para servir ao seu Redentor, nosso Senhor Jesus Cristo,
tivesse este ataque imobilizador.’ Ele achava que se você for sempre justo,
será eximido de todas as coisas que as outras pessoas têm de enfrentar. Este
homem representa muitos. É o problema de Jó, mais uma vez.”
Maio de 1972
“Já se passaram seis meses de vida desde o derrame. Não li
um única coisa nestes seis meses, embora alguns amigos gentis tenham lido para
mim. Vejo através de uma névoa. Só fui capaz de me virar de um lado para outro
na cama uma única vez, e só no primeiro mês. Minha fala está grossa e às vezes
confusa, mas minha grande alegria é que este derrame não afetou o lado direito
do meu cérebro. A primeira coisa que me anunciaram quando me recuperei do
choque inicial foi que as células cerebrais que regem a moralidade e a
inteligência estavam intactas. Percebo que a vida é boa. O mal e o sofrimento a
invadiram, mas a vida, em si mesma, é boa!
Jesus veio para que eu pudesse ter vida, e vida em
abundância. Ele não é apenas vida, mas vida com um Sim dentro de si, um Divino
Sim. O universo e todas as coisas que nele há dizem que a vida é boa. O mal a
invadiu, mas ele é um intruso. O mal é uma tentativa de viver a vida fora do
Plano Divino. Isto não pode acontecer. Sempre que isto é tentado acaba mal. O
que é mal é mal para nós, e o que é bom é bom para nós. Mas a vida é boa, e
Jesus veio para que pudéssemos ter vida, e vida em abundância.
A resposta aos problemas da vida não é ter menos vida, e sim
mais. Estou descobrindo, pela experiência e comprovação, que a pessoa pode ter
mais vida dentro de si. Se eu mantiver meus olhos em Jesus, poderei dizer à
vida: ‘Ora, estou curado no coração. Que a vida me traga o que há de pior ou de
melhor. Eu aceitarei e o transformarei em outra coisa pela sua graça e poder’.
Portanto, a comprovação está se comprovando.”
Julho de 1972
“Com o Senhor eu passei estes meses. Foram meses de
comunhão, não com um princípio, pois não sou um princípio; sou uma pessoa. Tive
comunhão com o Senhor. O Senhor me trouxe para o lado Sim de todas as coisas
que surgiram …. Até aqui tenho passado horas com o Senhor, e não houve uma só
hora de aborrecimento. Tenho estado interiormente estimulado e certo de que
este é o Caminho. Não tive uma só hora de tristeza ou desânimo desde o derrame.
Aceito as limitações porque elas estão abrindo a porta para que eu possua o
reino e permita que ele me possua. Até agora estou satisfeito e grato. Prossigo
com os compromissos.”
Janeiro de 1973
“Retornando a João 11.25, ele diz ”Eu sou a ressurreição e a
vida”. Se eliminássemos o artigo a antes
das palavras vida e ressurreição, teríamos: Eu sou ressurreição e vida. Se isto
significasse algo, seria: Eu sou um momento de ressurreição, mas sou também o
seu princípio e poder. A Bíblia diz que aquele que está em constante contato
com a ressurreição jamais morrerá. Fisicamente ele pode morrer num corpo
desgastado, mas estará renovado em espírito. Tenho dito freqüentemente que
quando as pessoas se reunirem em volta de mim e disserem: ‘Bem, o irmão Stanley
se foi,’ eu gostaria de poder piscar para elas; e, se tiver forças suficientes,
gostaria de rir e dizer: Jesus é o Senhor. Porque isto não será morte. Será uma
vida mais plena. Digo isto em parte como piada, mas creio que se tornará
realidade. Porque toda pessoa que está em Jesus é imortal, pois está sob o
princípio e poder da ressurreição.”
Eli Stanley Jones adormeceu para estar com o Senhor apenas
25 dias depois.
Fonte:http://www.decoracaoacoracao.com.br/2011/09/stanely-jones-um-marco-na-historia-das-missoes/
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