AS CATACUMBAS DE ROMA
A evidência tradicional e literária proveniente de líderes e
escritores eclesiásticos desde o ano 95 d.C. até 326, e as muitas pinturas e
inscrições em tumbas cristãs que indicam que Pedro e Paulo foram mártires, tem
levado muitos arqueólogos e especialistas a concluir que estes dois grandes
apóstolos sofreram martírio em Roma durante o reinado de Nero.
De todas as descobertas dentro e nos arredores de Roma, a
mais interessante para os cristãos e judeus foi a das catacumbas, que estão
junto aos caminhos da periferia da cidade, mas nenhuma delas está a mais de
cinco quilômetros distante dos muros da cidade.
A origem das catacumbas representa uma das fases mais
singulares e misteriosas da história. Para começar, as catacumbas eram
canteiros de extração de areia, utilizados por aqueles que queriam obter areia
para construção.
O solo em uma extensão de Roma é composto de pedra calcária
formada de cinzas vulcânicas e de areia suficientemente derretida para tornar
possível as partículas se unirem entre si. Quando se descobriu que este
material era excelente para a construção, cavou-se muitos túneis subterrâneos
para obtê-lo.
A INTOLERÂNCIA ROMANA CONTRA O CRISTIANISMO
O império Romano era o mais vasto e poderoso na época de
Cristo. Geralmente, o Império tolerava todas as religiões, mas a obstinação dos
cristãos em não querer jurar lealdade ao imperador trouxe como conseqüência
perseguições e mais perseguições.
Os cristãos foram acusados de serem insociáveis e
excêntricos, e passaram a ser odiados e considerados inimigos da sociedade.
Todavia eles eram modestos e simples no vestir, rigidamente morais em conduta e
se negavam assistir os jogos e as festividades. Alguns cristãos inclusive
censuravam aqueles que vendiam alimentos para os animais que tinham de ser sacrificados
aos deuses pagãos. O povo chegou a temê-los, já que não queriam que a ira dos
deuses se acendesse devido ao fato de os cristãos se negarem a render-lhes
sacrifícios. Se as colheitas fracassavam, o rio Tibre transbordava ou havia
epidemias, o povo gritava: “os cristãos aos leões!”. Porém os cristãos eram
bondosos com todos aqueles que tinham problemas, e ficavam cuidando dos
enfermos quando havia epidemias, enquanto todos fugiam.
Para provar a lealdade dos homens, o governo romano exigia
que todos se apresentassem em certos lugares públicos e ali queimassem um pouco
de incenso em honra do imperador. Os cristãos consideravam isto um ato de
adoração ao imperador, e se negavam a fazê-lo. As autoridades começaram a
observar essa atitude e a castigá-los, inclusive com a morte.
A PROTEÇÃO DAS CATACUMBAS
Os cristãos buscaram refúgio nas cavidades secretas dos
túneis subterrâneos dos canteiros de areia. Ali ampliaram os túneis e
construíram habitações, capelas e sepulturas. As catacumbas imediatamente se converteram
no único refúgio seguro para eles.
Ali viviam, adoravam a Deus e eram enterrados. Seus
cânticos, suas orações e seus cultos santificavam as catacumbas, que se
converteram no berço do cristianismo ocidental.
ARQUEOLOGIA
As catacumbas foram descobertas e começaram a ser escavadas
no século 16, e desde 1950 tem sido escavadas mais extensamente. Nosso
conhecimento sobre essas cidades subterrâneas é incompleto, devido ao fato de
existirem muitas delas e de serem muito extensas. Todavia, tem se acumulado,
graças a elas, uma grande quantidade de conhecimentos.
Uns seis milhões de pessoas estão enterradas em 60
catacumbas. Cada uma delas tem uma entrada muito bem escondida, da qual parte
uma escada que desce até os túneis e as galerias subterrâneas, que
ramificando-se em ângulo reto umas com as outras, criam uma rede de túneis e
ruas com uma capela em alguns lugares. Algumas têm até quatro níveis, cada um
conectado aos demais por uma escada. Em cada um destes níveis há um imenso
labirinto de estreitos túneis, tantos, que se todos os túneis de todas as
catacumbas fossem emendados em linha reta, eles se estenderiam por uns 940
quilômetros.
Ao longo das paredes destas galerias ou em túneis sem saída,
há cristãos enterrados em sepulturas nas paredes (nichos). Cada tumba está
fechada com ladrilhos ou com uma lousa de mármore, na qual aparece o nome do
sepultado.
Muitas vezes as paredes e os tetos dos cubículos estão
adornados com pinturas de personagens ou com cenas bíblicas, tais como Moisés
golpeando a rocha, Davi, Daniel, os três jovens hebreus Ananias, Misael e
Azarias, Noé e Jonas. Cada caso representa um livramento mediante a intercessão
miraculosa de Deus. Em alguns casos vê-se o retrato da pessoa falecida. Em
1853, De Rossi encontrou um cubículo fechado por uma lousa de mármore a qual
estavam gravadas estas palavras: “Marco Antonio Rastuto fez este sepulcro para
si mesmo e para os seus que confiam no Senhor”.
FONTES:
Módulo I de Teologia da Faculdade Teológica Betesda -
Editora Betesda
Bíblia Thompson -
Editora Vida
Enciclopédia Ilustrada de História - Duetto Editora
www.santovivo.net
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