
Chegamos ao mês de Agosto, e como é costume neste mês,
comemoramos o Dia dos Pais. É um momento especial onde nos reunimos como
família para almoçar juntos e presentear os pais. Todavia, gostaria de deixar
esta mensagem aos pais no sentido de que pudéssemos refletir sobre o que Deus
espera de nós como pais. Pensei em alguns pais cujas histórias estão relatadas
na Bíblia, histórias das quais podemos tirar lições para nossa responsabilidade
paterna atual.
Quero começar com Abraão. Certamente Abraão foi uma
influência muito positiva na vida de seu filho Isaque. Ensinou-o a temer a Deus
e também lhe ensinou preciosas lições sobre a fé. Todavia, uma coisa que me
chama muito a atenção em relação à vida de Abraão e que terminou sendo uma
influência negativa da vida de seu filho, foi o fato de por duas vezes Abraão
ter mentido, dizendo ser Sara sua irmã, quando na verdade era sua esposa (Gn
12.10-20; 20.1-18). Embora possivelmente Isaque ainda não fosse nascido quando
Abraão mentiu quanto à sua esposa Sara, esta atitude de Abraão foi uma
influência negativa da vida de seu filho. Isaque deve ter ficado sabendo deste
comportamento de seu pai, pois anos depois, submetido a uma situação de
pressão, Isaque imitou seu pai cometendo o mesmo erro, ou seja, mentindo sobre
o fato de Rebeca ser sua esposa (Gn 26.6-11). Através deste exemplo podemos ver
como os filhos imitam os pais em suas ações, tanto positivas como negativas.
Outro pai interessante foi o patriarca Jacó. Teve doze
filhos, e seu erro, que lhe custou muita dor, foi o fato de dar preferência a
um de seus filhos, no caso José, em detrimento dos outros. Por causa desta
preferência de Jacó em relação a José, os irmãos de José, tomados de ciúmes, o
venderam como escravo ao Egito, e simularam sua morte para o pai Jacó que por
muitos anos sofreu a perda do filho, achando que este estivesse morto (Gn
37.2-35). Esta história é uma lição para nós hoje. Nós pais, devemos evitar a
parcialidade paterna, ou seja, devemos amar a cada um de nossos filhos da mesma
maneira, evitando dar preferência para um em detrimento de outro, sob pena de
sofrermos muitas dores no futuro.
O exemplo de Josué como pai, é o exemplo do líder do lar que
está decidido a levar sua família a servir ao Senhor. Em seu discurso buscando
levar o povo a renovar sua Aliança com Deus, Josué disse: “… escolhei hoje, a
quem sirvais … Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.15).
Infelizmente, temos visto hoje muitos pais que não estão nem um pouco interessados
em conduzirem suas famílias de forma firme no sentido de servirem ao Senhor.
Esta atitude certamente trará tristes resultados no futuro. Como precisamos de
homens com a atitude de Josué em nossos dias!
Samuel, também nos traz uma história a ser considerada.
Quando criança, Samuel foi usado por Deus para repreender o sacerdote Eli
quanto à maneira errada que ele criara seus filhos e quanto ao fato de como Eli
era negligente em relação aos pecados de seus filhos (1 Sm 3.1-18). Todavia,
embora Samuel tenha sido um grande profeta, sacerdote e juiz em Israel, Samuel
caiu no mesmo erro que o Senhor lhe tinha usado para repreender o sacerdote
Eli, ou seja, falha na criação de seus filhos (veja 1 Sm 8.1-3). Que como pais,
tomemos este exemplo e não venhamos a falhar na criação de nossos filhos para
evitarmos dores futuras. Devemos criar nossos filhos na disciplina e
admoestação do Senhor (Ef 6.4).
Permita-me agora falar sobre Jó, um pai exemplar, um pai
sacerdote. Jó é o exemplo de um pai intercessor, que sempre se preocupava com o
bem estar espiritual de seus filhos diante de Deus, um pai que orava e clamava
por seus filhos. O texto bíblico nos diz: “… chamava Jó a seus filhos e os
santificava; levantava-se de madrugada e oferecia holocaustos segundo o número
de todos eles … Assim o fazia Jó continuamente” (Jó 1.5). Que à semelhança de
Jó, nós como pais possamos ser intercessores de nossos filhos e verdadeiros
sacerdotes de nossos lares!
Quero encerrar esta reflexão, lembrando de um pai que
representa o próprio Deus, que deve ser nossa inspiração máxima com pai. O pai
do filho pródigo, da memorável parábola contada por Jesus, é o exemplo de um
pai amoroso, gracioso e perdoador (Lc 15.11-24). Apesar de seu filho tê-lo
desprezado, pedindo sua parte na herança antes de seu falecimento, e tê-lo
abandonado, gastando todo o seu dinheiro de forma dissoluta, o pai esteve de
braços abertos para recebê-lo de volta e perdoá-lo quando o filho voltou
arrependido. Esta história ilustra o amor de Deus para conosco, que está sempre
pronto anos receber de volta, mesmo depois de nossos desvios. Que como pais,
procuremos imitar o pai do filho pródigo, ou seja, imitar o próprio Deus: que
sempre estejamos de braços abertos para acolher nossos filhos e ampará-los em
seus momentos de necessidade, de vergonha, de dor e até mesmo de desvio. Que o
Senhor Deus nos ajude a sermos pais segundo o seu coração. Feliz Dia dos Pais e
que Deus nos abençoe!


Pr. Ronaldo Guedes Beserra.
Fonte:cristianismototal.wordpress.com
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