Cantora evangélica Alice Maciel, que usa o instrumento levando alegria e esperança com a palavra de Deus. |
Em 2700 a.C., foi inventado, na China, o instrumento musical
denominado cheng, que é tocado até hoje. É uma espécie de órgão portátil tocado
pelo sopro da boca. Tem a forma de uma fénix, que os chineses consideram a
rainha entre as aves. O cheng é dividido em 3 partes:
Recipiente de ar
Canudo de sopro
Tubos de bambu
O recipiente de ar parece o bojo de um bule de chá. O canudo
de sopro tem a forma de um bico de bule ou do pescoço de um cisne. A quantidade
dos tubos de bambu variava, porém, a mais usada é a de 17. Interessante é que,
destes 17 tubos de bambu, 4 não têm a abertura embaixo para a entrada do ar,
sendo, portanto, mudos e colocados somente por uma questão de estética. Na
parte superior do recipiente de ar ou reservatório de ar, existem as
perfurações onde são fixados os tubos de bambu. Em cada tubo, é colocado a
lingueta ou palheta, para produzir o som. Este recipiente (espécie de cabaça) é
abastecido constantemente pelo sopro do músico, que tapa, com as pontas dos
dedos, os pequenos orifícios que existem na parte inferior de cada tubo. De
acordo com a música a ser executada, ele vai soltando os dedos, podendo formar
até acordes. Em cada tubo de bambu, há um caixilho próprio para ser colocada a
lingueta, presa por uma extremidade e solta na outra, que vibra livremente
quando o ar comprimido a agita.
O cheng é o precursor do harmónio e do acordeão, pois foi o
primeiro a ser idealizado e construído na família dos instrumentos de palheta.
De acordo com a região que era usado, o cheng recebia nomes diferentes:
schonofouye , hounofouye, tcheng, cheng, khen, tam kim, yu, tchao e ho. De
acordo com o padre jesuíta Amiot, o cheng foi levado da China para São
Petersburgo, na Rússia, onde Kratzenstein (Christien Theophile), doutor em
filosofia, em medicina e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de
Copenhague, nascido em Wernigerode, na Prússia, em 1723, examinou o instrumento
e verificou que o seu agente sonoro era uma lâmina de metal que vibrava por
meio do sopro, produzindo sons graves e agudos.
Ele sugeriu que Kirschnik aplicasse, nos tubos dos órgãos de
sua fabricação, esta lâmina livre de metal, o que foi feito em 1780. Da Rússia,
passou para a Europa, tendo a Alemanha tomado grande interesse sobretudo nos
instrumentos de órgão. Foi daí que Christien Friederich Ludwig Buschmann,
fabricante de instrumentos, teve a ideia de reunir várias lâminas afinadas e
fixadas numa placa formando uma escala cujos sons se faziam ouvir passando
rapidamente através do sopro, isto em 1822. Mais tarde, ele transformou esta
pequena placa num instrumento musical para brinquedo de criança, tocado com as
duas mãos, ao qual deu o nome de handaolina ou harmónica de mão. Para tanto,
aumentou o número de palhetas de metal e o tamanho do aparelho , anexando- lhe
um pequeno fole e uma série de botões. Este instrumento, depois, segundo a
história, foi aperfeiçoado por Koechel e, 7 anos mais tarde, o austríaco Cirilo
Demian construiu, em Viena, um instrumento rudimentar de palheta livre, teclado
e fole, ao qual, em virtude de ter 4 botões na parte da mão esquerda que, ao
serem tocados com os dedos afundados, permitiam a obtenção do acorde, deu o
nome de acordeão, nome que ficou definitivamente ligado ao instrumento através
de inúmeros aperfeiçoamentos.
O sistema de palheta livre já havia sido aperfeiçoado por
Grenié em 1810, na França, sendo rico em sonoridade e dando origem ao órgão. O
francês Pinsonat empregou o mesmo sistema no alamiré ou diapasão tubular que
veio a chamar-se tipófono ou tipótono e do qual se originou a gaita de boca,
cuja invenção se deve a Eschenbach. A gaita de boca é um conjunto de palhetas
metálicas como linguetas, dispostas cada uma em seu caixilho e vibradas pelo ar
soprado pela boca.
Na França, o acordeão foi aperfeiçoado em 1837 por C.
Buffet. Segundo todos os tratados sobre o assunto, o acordeão nada mais é do que
o aperfeiçoamento de diversos instrumentos do mesmo género, como o oeline de
Eschenbach, o aerophone de Christian Dietz, a physarmónica de Hackel etc.,
tomando, desde esta data, sua forma definitiva e seus variados registos para
mudança de intensidade e timbre do som.
Mais tarde, com a escala cromática, o acordeão pôde produzir
qualquer melodia ou harmonia e inúmeros fabricantes o aperfeiçoaram colocando
registros, tanto na mão direita com na esquerda, para maior variedade de sons.
Na Alemanha, o primeiro acordeão foi construído em 1822, em Berlim, é deste
país que vêm os célebres acordeões da marca Hohner.Os primeiros acordeões
italianos foram construídos em 1863 em Castelfidardo, em Ancona, surgindo
depois Paolo Soprani e Stradella-Dellapé.
Acordeão
Palhetas de registro flautim
O acordeão possui palhetas, fixadas em pequenos suportes de
madeira chamados de castelos. O som do acordeão é criado quando o ar que está
no fole passa por pequenos tubos nos castelos que o direcionam até as palhetas,
com a pressão do ar as palhetas vibram gerando o som. Quanto maior o tamanho da
palheta, mais grave o som produzido. Quanto mais forte o ar é forçado para as
palhetas, mais intenso é o som. O movimento do fole é controlado com o braço
esquerdo.
A maioria dos acordeões tem quatro vozes, que são diferentes
oitavas para uma mesma tecla ou botão. Portanto, num acordeão de quatro vozes
com o registro 'master' pressionado, ao tocar um Dó, na verdade são tocados
dois Dós na oitava que pressionou, um Dó uma oitava acima e um Dó na oitava
abaixo, e isso é responsável pelo som único do acordeão.
Teclado ou Botões
Teclado e alavancas de válvula
No que toca ao lado direito do acordeão, um acordeão
cromático pode ter botões ou teclado.
O acordeão com teclado ou piano, é composto por um teclado
de um piano colocado na vertical, com as notas mais graves em cima e as mais
agudas em baixo. O acordeão cromático com botões, apresenta botões cujo número
pode variar, que são tocados com a mão direita, e cuja disposição dos botões
segue a ordem das escalas cromáticas.
Além destes tipos, existe, actualmente, o acordeão de baixo
solto, que é construído como o campo esquerdo do piano, sendo possível formar
acordes mais sofisticados.
Ao pisar uma tecla do teclado ou um botão, uma alavanca
sobe, que libera um buraco ligado ao fole que permite o ar passar pelas
palhetas e assim criar o som.
Baixos
Os baixos são botões tocados com a mão esquerda que exercem
função ou de baixo (como a tuba numa banda ou a mão esquerda em uma valsa para
piano), tocando notas e acordes, num ritmo determinado pelo estilo de música
(podem também ser pisados o baixo e o acorde simultaneamente para exercer a
função do teclado em uma banda de rock) ou de baixo-livre (como os pedais em um
órgão), mais usado em peças clássicas e dobrados.
A principal configuração de baixos é o sistema Stradella, na
qual as duas primeiras fileiras são notas, sendo a segunda o baixo fundamental,
que determina a tonalidade dos acordes abaixo, e a primeira, acima da segunda,
o intervalo de terça maior a partir da fundamental. As outras 4 fileiras abaixo
são os acordes maiores, menores, de sétima dominante e sétima diminuto,
organizados em colunas a partir da nota de sua fileira.
O primeiro acordeão que chegou ao Brasil chamava-se concertina (acordeão cromático de botão com 120 baixos). O acordeão tornou-se popular principalmente no nordeste, centro–oeste e sul do Brasil. Os primeiros gêneros (fado, valsa, polca, bugiu, caijun etc.) retratavam o folclore dos imigrantes portugueses, alemães, italianos, franceses e espanhóis.
Porém, no Nordeste (onde o acordeão é conhecido como sanfona), desde o início do século XX, mais precisamente com a construção da malha ferroviária brasileira pelos ingleses, deu-se início a um novo ritmo, o forró, característico do nordeste brasileiro, no qual um dos principais instrumentos musicais é o acordeão.
No sul do Brasil o acordeão é conhecido como gaita e tem papel fundamental na música regionalista. O acordeão diatônico, por sua vez, é chamado de gaita-ponto, gaita-botoneira, gaita de botão ou simplesmente botoneira. Alguns acordeonistas, ou gaiteiros, conhecidos dessa região são Adelar Bertussi, Albino Manique, Edson Dutra e Renato Borghetti.
Fonte da imagem: http://letras.mus.br
Fonte do texto: wikipedia
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